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01/02/2016 - Cielo tende a ter expansão no lucro de dois dígitos

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Por Aline Oyamada | De São Paulo | Valor Econômico

Apesar da desaceleração no consumo, a credenciadora de cartões Cielo deve ser capaz de entregar um crescimento de dois dígitos no lucro do quarto trimestre de 2015. Analistas dizem acreditar que as receitas das operações de antecipação de recebíveis darão sustento aos resultados financeiros, compensando o menor volume de compras com cartões por conta da crise econômica.

A média das projeções de analistas de oito bancos consultados pelo <strong>Valor</strong> -  BTG Pactual, Credit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs,  Itaú BBA, J.P. Morgan, Safra e UBS - prevê que o lucro líquido recorrente da Cielo no quarto trimestre seja de cerca de R$ 967 milhões, o que representa expansão de 16,8% em relação ao lucro líquido recorrente observado no quarto trimestre de 2014 - ou avanço de 20,4% ante o lucro líquido reportado no balanço. A credenciadora divulgará o balanço hoje, após o fechamento do mercado.

A grande força do resultado financeiro da Cielo, na visão de analistas, é a antecipação de faturas. Com os bancos restritivos no crédito, principalmente a pequenas empresas, aumentou a demanda dos lojistas pela operação, usada como financiamento. No terceiro trimestre de 2015, 19,4% do valor total das compras no cartão de crédito foram adiantadas. Analistas esperam que essa taxa siga elevada em 2016.

"O negócio de antecipação de recebíveis age perfeitamente como um colchão contracíclico para a Cielo e seu desempenho melhora conforme o cenário macroeconômico piora, devendo ser o principal propulsor do crescimento dos lucros em 2016", afirmam analistas do Safra em relatório. Eles projetam que a antecipação atinja 19,9% do capturado em crédito no trimestre.

Outro ponto positivo é que a dinâmica dos preços cobrados dos lojistas por transação e pelo aluguel de máquinas segue positiva, apesar da competição acirrada no setor. Analistas ressaltam que a Cielo tem conseguido repassar a inflação para os preços.

Um dos principais riscos à atividade vem, porém, da contínua desaceleração do consumo. A projeção média de sete dos bancos consultados é que as compras capturadas pelas suas máquinas no quarto trimestre somem R$ 152,4 bilhões, com alta de 5,9% na comparação anual.

Outro risco é o fim das exclusividades. Com a aplicação da regra de compartilhamento, outras credenciadoras agora podem aceitar as bandeiras American Express e Elo, antes exclusivas da Cielo. Em contrapartida, a Cielo passa a aceitar a Hiper, que só passava nas máquinas da Rede. "A interoperabilidade já está em operação em cerca de 250 mil lojistas e deve ser concluída em abril, segundo a Cielo", diz o banco Safra.

Analistas também esperam que a Cielo siga focada no controle de custos. A companhia pretendia fechar 2015 com gasto por transação de R$ 0,52 e a expectativa é que a empresa reforce a mensagem.

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