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28/10/2014 - Cielo deve lucrar R$ 806 mi no trimestre, dizem analistas

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Por Felipe Marques | De São Paulo | Valor Econômico

A credenciadora de cartões Cielo deve apresentar lucro líquido de R$ 806,2 milhões no quarto trimestre, com crescimento de 17% na comparação com igual período de 2013, segundo a média das projeções de seis bancos compiladas pelo Valor. As estimativas variam de R$ 785 milhões a R$ 823 milhões. A companhia divulga os números oficiais hoje, após o fechamento do mercado.

Na visão de analistas, o terceiro trimestre da Cielo foi marcado por uma desaceleração no avanço dos volumes de compras capturados, seja em cartões de crédito ou débito. Aumento nas despesas da companhia - algo já indicado pela direção da empresa - e risco regulatório também prometem ser temas importantes no trimestre.

A projeção do Goldman Sachs é que os volumes de cartão de crédito no trimestre somem R$ 70,76 bilhões, com crescimento de 10,7% ante igual período do ano passado - no trimestre anterior, esse avanço havia sido de 13%. Para o débito, o Goldman estima a captura de R$ 42,44 bilhões, com crescimento de 22,4%. No segundo trimestre, o avanço havia sido de 26,4%.

Além da base de comparação forte, a desaceleração também é resultado da economia mais lenta e de redução nos volumes do Agrocard, cartão voltado ao agronegócio, apontam analistas. As compras com Agrocard são computadas como débito.

As despesas da companhia também devem ter crescido no período, como a direção da credenciadora já alertou na divulgação de resultados do segundo trimestre.

Nas contas do Credit Suisse, os custos e despesas da credenciadora devem ter subido 20% na comparação ano contra ano, chegando a R$ 0,78 em gasto por transação.

Para os analistas, porém, mesmo com o desempenho do terceiro trimestre, os gastos por transação em 2014 como um todo devem ficar em R$ 0,74 - abaixo da projeção da Cielo, de R$ 0,75 a R$ 0,78. "Adicionalmente, como parte dos custos é relacionada a projetos em curso, algum alívio é esperado para 2015", escrevem analistas do Credit Suisse em relatório.

Outro tema que deve permear as apresentações de resultado no trimestre deve ser o risco regulatório. Em 15 de outubro, as ações da Cielo caíram 6,32%, enquanto o Ibovespa ganhou 0,1%. Boa parte do movimento foi puxado pelo temor de que uma mudança na regulação do setor obrigasse bancos e credenciadoras a reduzir o prazo em que pagam ao lojista as compras que foram feitas com cartão de crédito - dos 30 dias atuais para algo em torno de dois dias.

De lá para cá, a Cielo tem posto panos quentes sobre a controvérsia. Na visão do UBS, por exemplo, essa redução de prazo é "improvável", uma vez que o atraso nos pagamentos beneficia principalmente os consumidores. "Em um contexto de recessão, reduzir esse prazo poderia prejudicar o consumo", escrevem em relatório.

Analistas do BTG Pactual reforçam duas tendências positivas sobre a Cielo. Primeiro, que a competição no segmento segue "racional", sem provocar grandes mudanças em preços e "market share". Segundo, a indústria brasileira de cartões segue uma aposta atraente, com a expectativa de crescimento dos volumes em algo em torno de 15% ao ano pelos próximos três anos, "o que torna o segmento mais atraente que companhias de crédito ou de seguros", afirmam.

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