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08/10/2014 - Santander negocia compra em pré-pago

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Por Felipe Marques | De São Paulo | Valor Econômico

O Santander Brasil confirmou a intenção de adquirir uma participação na SuperBank, empresa de cartões pré-pagos de uso geral. O movimento do banco espanhol ocorre menos de um mês depois de a Caixa Econômica Federal ter anunciado a compra de 49% da Vale Presente, que também atua com pré-pagos. Nos dois casos, a aposta dos bancos é que o instrumento, popularizado nos cartões vale-refeição e alimentação (vouchers), possa servir também para fisgar quem está fora do sistema financeiro.

"O negócio irá inserir o grupo no mercado de pré-pagos e contas de pagamento, que apresenta enorme potencial ainda pouco explorado", afirmou o Santander, em nota. O banco disse que está "negociando a compra da SuperBank", mas que os termos do acordo ainda estão em discussão.

Além de Santander e Caixa, as empresas de cartão pré-pago têm atraído a atenção de fundos de private equity, que compram participação em empresas. O Valor apurou que fundos como Invest Tech, TreeCorp e outros estariam em conversas com as empresas desse segmento. Atuam nesse mercado nomes como Acesso, ACG, Global Payout, Meo Cartão (do Banco Bonsucesso) e Zuum (MasterCard e Vivo), junto com Bradesco e Banco do Brasil.

As tratativas entre Super e Santander envolvem a manutenção dos atuais sócios da Super na gestão, apurou o Valor. A expectativa é que o acordo esteja concluído em até 60 dias, disseram executivos. Atualmente, a empresa é presidida por Marcio Salomão, que foi um dos criadores da Validata, empresa de produtos financeiros para baixa renda que foi comprada em 2010 pelo Banco Fibra.

A Super faz mais que só emitir pré-pagos. O cartão é uma parte da série de produtos e ferramentas ligados a uma conta de pagamento, modalidade regulamentada pelo Banco Central (BC) ano passado. A conta de pagamento é uma espécie de conta corrente simplificada. O cliente da Super não só pode ter um cartão pré-pago para usar no comércio, como usar sua conta para fazer apostas na loteria, fazer transferências ou comprar crédito para celular. A gestão dessas ferramentas é feita pela internet.

A Super tem cerca de 180 mil contas de usuários, com 288 mil cartões emitidos (uma conta pode ter mais de um cartão). A meta é fechar o ano com 250 mil contas.

O público-alvo da empresa são pessoas sem acesso a banco, que têm restrições de crédito ou mesmo que querem comprar online sem usar o cartão de crédito. A rede de distribuição montada pela companhia envolve desde parcerias com empresas que pagam os funcionários usando o pré-pago até acoplar o cartão em um bilhete único de transporte.

A Super também confirmou negociações, que foram antecipadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

Os pré-pagos no Brasil devem movimentar um volume financeiro de R$ 100 bilhões em 2014, incluindo vouchers e cartões de transporte (substitutos da carta frete). O volume representa um crescimento de 20%, frente ao resultado de 2013. Os dados são do Grupo Setorial Pré-Pagos (GSPP), estimados pela Euromonitor.

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