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18/11/2021 - Após prejuízo, PicPay prevê que começa a lucrar em 2 anos

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Por Sérgio Tauhata | Valor Econômico

O PicPay mantém o curso traçado ao decidir abrir o capital, ainda que tenha adiado a oferta inicial de ações. Segundo o vice-presidente de serviços financeiros da fintech, Eduardo Chedid, a meta é a de conseguir atingir o ponto de virada para a fase de lucros, conhecida no mercado como “break even”, nos próximos dois anos.

Ainda que não seja uma companhia aberta - o IPO, ou seja, a oferta inicial de ações, que tinha sido programada para junho deste ano na bolsa americana Nasdaq foi adiado, potencialmente, até 2023 -, o marketplace de produtos financeiros e plataforma de pagamentos tem divulgados os resultados trimestralmente, em um ensaio para essa próxima fase.

O PicPay registrou prejuízo líquido de R$ 517 milhões no terceiro trimestre, com alta de 11,1% ante abril a junho deste ano e avanço de 123,4% na comparação com o mesmo período de 2020. De acordo com o diretor de relações com investidores, André Cazotto, a perda está prevista no plano de voo da companhia até o break even. “Estamos conscientes disso porque implementar o plano exige investimentos e a gente está investindo bastante nos times de tecnologia, de dados e produtos. Estamos construindo uma nova empresa e entrando em várias verticais novas além da carteira digital”, diz.

A fintech tem lançado novos produtos, como cartão de crédito, financiamentos e o “peer to peer lending” (P2P), ou seja, uma plataforma que permite empréstimos de pessoa física para outra. Também pretende, na sequência, lançar soluções de seguros e de investimentos por meio de parcerias. Conforme Cazotto, a empresa “está em ritmo de crescimento muito mais forte de receitas do que de custos”.

O diretor de RI explica ainda que cerca de 20% da receita do grupo “já está vindo fora da carteira digital e na estratégia de ‘cross selling’, de colocar mais produtos nas mãos do usuário”.

A base de clientes, segundo a PicPay, ultrapassou, em outubro, 60 milhões de usuários registrados, aqueles que fizeram o download do aplicativo e abriram uma conta. Em outra medida, a de clientes ativos, definidos como quem abriu o aplicativo ou tenha saldo em conta no final do período, houve subida de 56,7% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2020.

O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) alcançou R$ 26,6 bilhões de julho a setembro. Trata-se de um avanço trimestral de 37,8% e anual de 76,8%. Em termos anualizados, em outubro o TPV alcançou R$ 129,1 bilhões.

Chedid explica que “quando decidimos adiar o IPO, recebemos como mandato executar o plano como se a abertura de capital tivesse sido feita”. Para o vice-presidente de serviços financeiros, uma das metas é a de que, entre quatro e cinco anos, 60% da receita venha de produtos fora da carteira digital. Segundo o executivo, “estamos indo muito bem nesse quesito, atualmente já temos 20% vindo de outros produtos no primeiro ano”.

Chedid ressalta ainda que outras métricas mostram o avanço a PicPay. A receita por usuário tem crescido consistentemente. O terceiro trimestre fechou com receita por usuário de R$ 71, uma alta de 80% ante o mesmo período do ano passado. E, segundo Cazotto, “já passou de R$ 100 por usuário em outubro”. A emissão de cartões tem acelerado também. Saiu de 2,5 milhões no início do ano para mais de 10 milhões em setembro.

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