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01/09/2021 - Stone tem prejuízo de R$ 150 milhões com falha em recebíveis

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Por Álvaro Campos e Fernanda Bompan | Valor Econômico

Os problemas enfrentados pelo novo sistema de registro de recebíveis, implementado no início de junho, afetaram fortemente os resultados da Stone. A companhia teve prejuízo de R$ 150,5 milhões no segundo trimestre, revertendo um ganho de R$ 150,3 milhões um ano antes. Com isso, abandonou o guidance para este ano, tanto para a margem líquida quanto para a “take rate” - a taxa cobrada a cada transação.

De acordo com a Stone, o resultado foi impactado por um ajuste de R$ 397,2 milhões na vertical de crédito, tanto em função de um aumento na inadimplência devido a “vazamentos” no novo registro de recebíveis, como com uma menor perspectiva de recuperação dos créditos em atraso. A administração foi bastante questionada em teleconferência com analistas sobre as perspectivas de normalização da vertical de crédito, mas só repetiu que a correção das falhas pode levar de três a seis meses e que está acompanhando o assunto de perto, com outros players, associações do setor e autoridades.

“Aprendemos muito nos últimos dois anos construindo nosso produto de crédito e continuamos muito animados com a oportunidade de longo prazo e os benefícios materiais para nossos clientes. A demanda dos clientes não mudou e é um negócio muito lucrativo. Uma vez que estivermos confortáveis com o novo sistema de colaterais, a usabilidade do nosso produto é muito boa, é fácil mostrar ao cliente a proposta de valor e o onboarding é simplificado”, disse o CEO da Stone, Thiago Piau.

O volume de pagamentos (TPV) foi de R$ 60,4 bilhões no segundo trimestre, com alta anual de 58,6%. A receita total, excluindo o efeito da vertical de crédito, cresceu 68%, a R$ 1,011 bilhão. A take rate, também excluindo esse efeito, foi de 1,57%, com alta de 0,07 ponto porcentual em 12 meses.

A Stone disse que os clientes ativos chegaram a 766,5 mil no segundo trimestre, com alta anual de 45,4%. Na subsidiária Ton, eles atingiram 330,3 mil, com alta anual de 838,5%. O guidance para este ano, de chegar a 950 mil clientes na Stone, foi mantido, mas analistas apontaram que será preciso acelerar bastante o ritmo de aquisição de novos usuários para atingir essa meta. No segundo trimestre, foram conquistados 47,3 mil clientes. “Estamos investindo bastante no crescimento, esperamos uma aceleração [de novos clientes], vamos ver isso na segunda metade do ano”, disse Rafael Pereira, vice-presidente de finanças.

A carteira de crédito ficou praticamente estável na passagem do primeiro para o segundo trimestre, em R$ 1,998 bilhão. No primeiro trimestre, a Stone havia originado R$ 752,7 milhões, o que caiu para R$ 376,2 milhões no segundo trimestre, sendo que o grosso foi feito em abril e maio.

Do total da carteira, 35% são de clientes em atraso, que não pagaram o principal da dívida há mais de 60 dias. Já 18,7% são de clientes que não pagaram o principal nem os juros. No primeiro trimestre, esse indicador estava perto de 12%. Depois de ajustes no valor justo, a companhia ficou com R$ 780,8 milhões em provisões para perdas para devedores duvidosos, com um índice de cobertura de 112%.

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