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05/08/2021 - Pagamento ‘cross-border’ atrai fintechs

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Por Danylo Martins | Valor Econômico

Os pagamentos transfronteiriços (conhecidos como cross-border) têm atraído mais fintechs no país. A explicação é simples: na era digital, grandes empresas globais querem cada vez mais vender para o mercado brasileiro e, para isso, precisam oferecer métodos de pagamento locais. Ao mesmo tempo, as companhias - especialmente startups e negócios de tecnologia - passaram a contratar funcionários de diferentes regiões do mundo, movimento que se acelerou na pandemia, e precisam pagá-los.

Com operações em 11 países, entre eles, Brasil, México, Colômbia, Chile e Peru - e outros quatro em fase de integração (El Salvador, Panamá, Guatemala, e República Dominicana) -, o Ebanx disponibiliza mais de cem métodos de pagamento locais latino-americanos em sites globais. Ao todo, a fintech tem mais de 1 mil clientes, entre eles, AliExpress, Airbnb, Uber e Spotify. No total, mais de 70 milhões de consumidores latinos já compraram em sites globais com as soluções do Ebanx.

Com números de peso e às vésperas do IPO, a fintech lançou em maio o ONE, uma plataforma que reúne todas as suas soluções de pagamento por meio de uma só integração. A solução inclui todo o leque de pagamentos locais dos países nos quais a fintech opera, incluindo boleto, carteiras digitais, cartões de débito, cartões de bandeiras domésticas e outros métodos específicos de cada país. “Oferecemos integração com seis e-wallets de players locais, por exemplo, algo que nenhum competidor em nível global tem”, diz Alexandre Dinkelmann, CFO da fintech de pagamentos Ebanx.

Com foco em remessas internacionais, a Remessa Online oferece desde 2019 um serviço para pequenas e médias empresas (PME). No ano passado, esse segmento representou cerca de 40% dos R$ 6 bilhões transacionados pela fintech. Em 2021, a expectativa é atingir R$ 14 bilhões, sendo metade em transações feitas no segmento PJ, diz Alexandre Liuzzi, sócio e diretor de estratégia da Remessa Online.

Hoje, a fintech atende principalmente pequenos exportadores e profissionais autônomos, além de startups. A expectativa é começar a oferecer a solução de remessas para empresas de médio porte, a partir do ano que vem. “As empresas estão se internacionalizando, abrindo fronteiras, exportando serviços para o exterior, e a gente pretende ser viabilizador desse crescimento.”

Quem também está de olho nesse movimento é a FacilitaPay. Em operação há três anos, a empresa foi fundada no Brasil, tem operações no México e nos Estados Unidos, e se prepara para expandir o negócio para outros três países da América Latina (Colômbia, Chile e Peru), além de Ásia e Europa. “Percebemos uma demanda grande de multinacionais que precisavam pagar funcionários no Brasil. Isso nos motivou a investir na tecnologia de pagamento em massa cross-border”, explica Stephano Maciel, CEO da FacilitaPay.

Com mais de 140 clientes em carteira, sendo a maior parte (65%) nos Estados Unidos, a fintech tem como público-alvo grandes empresas. “Hoje, os pagamentos podem ser feitos em mais de 30 moedas”, diz o empreendedor. Em 2019, a plataforma transacionou R$ 2,2 bilhões, no ano passado foram R$ 3 bilhões e deve chegar a R$ 6 bilhões em 2021.

A Preme Pay, em operação desde 2019, permite que empresas estrangeiras de 125 países possam oferecer métodos de pagamentos brasileiros a consumidores brasileiros. O foco são negócios localizados na Europa, que atuam principalmente com serviços de marketing, educação e entretenimento, explica Pablo Klein, fundador da Preme Pay, que tem um acordo com o banco digital de câmbio Bexs Banco.

Há algumas semanas, a fintech também lançou uma solução que possibilita às empresas brasileiras venderem serviços para consumidores em 150 países, com diversos métodos de pagamento locais, como cartões de crédito das principais bandeiras, carteiras digitais e soluções de ‘buy now, pay later’ (BNPL) - uma ‘reinvenção’ do crediário brasileiro.

A curitibana WePayOut aposta em uma plataforma que ajuda empresas internacionais a pagarem no Brasil. Desde agosto de 2019, a empresa já processou mais de R$ 500 milhões e está aguardando as mudanças na regulamentação do mercado de câmbio para “aproveitar mais oportunidades no mercado internacional e se consolidar como especialista em ‘payouts’”, diz a CEO, Fernanda Zago.

Já a OnePay se prepara para lançar uma solução para imigrantes e expatriados. “Estamos falando de qualquer pessoa que precise de um banco de uma fronteira só”, diz Jonny Morais, CEO da OnePay. A startup mira, inicialmente, associações, comunidades e consulados de imigrantes. “Além de serviços bancários, vamos oferecer serviços de telemedicina, odontologia, por meio de parcerias.”

 

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