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02/10/2020 - Autenticação por biometria atrai companhias de crédito e do varejo

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Por Valor Econômico | Jacilio Saraiva

 

 

Até 2024, a autenticação biométrica deve ser utilizada para finalizar transações de mais de US$ 2,5 trilhões em pagamentos móveis, em todo o mundo. O volume é 1.000% maior que o montante registrado em 2019, segundo relatório da consultoria Juniper Research. Parte desse crescimento está relacionada à disseminação dos recursos de biometria nos celulares. O estudo indica que até 90% dos smartphones ganharão algum dispositivo de leitura digital, facial ou ocular, nos próximos quatro anos.
 
“O brasileiro também está interessado em novas tecnologias que autentiquem pagamentos”, garante Fabrício Ikeda, diretor de prevenção a fraudes da Fico América Latina, de softwares de análise preditiva. A multinacional realizou este ano uma pesquisa com cinco mil pessoas em dez países, inclusive o Brasil, e descobriu que 37% dos usuários já desistiram de fazer compras por esquecer a senha, enquanto 86% concordam em fornecer dados biométricos para os bancos.
 
Entre os recursos de identificação mais citados, 83% utilizariam a impressão digital, 54% a leitura facial e 35% dos consumidores optam pela varredura ocular. “Devido à pandemia, o on-boarding remoto [primeiro contato para a abertura de contas] se tornou uma necessidade nas instituições financeiras.”
 
A Fico concorre no setor com uma plataforma de autenticações múltiplas, com QR Codes e verificações biométricas de face, voz e digitais. Tem mais de 40 clientes, com 60 milhões de usuários cadastrados. Pode ser aplicada em abertura de contas e análises de risco de crédito. Também está preparada para suportar o Pix e o open banking (padrão de compartilhamento de dados e serviços financeiros).
 
Na FullFace, de biometria facial, a solução criada em 2015 atende às exigências da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “A ferramenta não armazena as imagens das pessoas”, garante o CEO Danny Kabiljo. A tecnologia analisa até 1.024 pontos do rosto, ante 86 de outros fornecedores, segundo a empresa, e não guarda os registros.
 
Com mais de 20 contratos, a FullFace atende o birô de crédito Quod, com capacidade para suportar 55 milhões de transações, ao mês. O número de novos clientes aumentou mais de 20% no período de junho a agosto, ante o mesmo intervalo de 2019. “Com a pandemia, ideias que evitam que o usuário digite em equipamentos são essenciais.” A marca trabalha agora com projetos de prova de vida por biometria.
 
A Unike Technologies, criada em 2019 pelo empreendedor André Barretto, lançou, durante a pandemia, um sistema que permite que o consumidor autorize pagamentos por meio da imagem facial via celular ou por câmeras de circuito fechado (CFTV). A empresa já conduz projetos-pilotos. Até o final do ano, a intenção é fechar uma venda com, pelo menos, uma grande organização e dez pequenas ou médias companhias.
 
A Payface chegou ao mercado há dois anos e mira o varejo físico. Os consumidores utilizam a imagem do rosto para finalizar pagamentos, também sem a necessidade de digitar o número do CPF nas maquininhas, diz o CEO Eládio Isoppo. A tecnologia chega este mês a uma loja da rede de supermercados Angeloni, em Florianópolis (SC). Dos 25 caixas da unidade, 14 terão a facilidade.
 
Os bancos digitais já exploram a biometria para garantir segurança nas transações e laçar mais clientes. O Banco Pan usa leitura facial desde abril de 2019, para liberação de crédito e abertura de contas. Até o final do ano, vamos expandir para mais operações, garante Pedro Poli, superintendente do banco digital do Pan. A instituição não divulga o número de clientes que aderiu ao sistema.
 
“Já alcançamos mais de R$ 10 bilhões de produção em créditos formalizados digitalmente, para financiamento de veículos e consignado.” Para contratar os produtos, o usuário envia os documentos necessários e faz uma selfie por meio de qualquer dispositivo com internet e câmera.
 
A participação da formalização digital de clientes no consignado do Pan passou de 41%, em fevereiro, antes do confinamento, para 68%, em agosto. No financiamento de motos e veículos, a fatia 100% on-line avançou de 72% para 97%, no mesmo período. O banco tem 5,7 milhões de clientes.
 

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