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01/10/2020 - Plataformas facilitam a criação de serviços bancários digitais

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Por Valor Econômico | Danylo Martins

 

Davi Holanda, CEO da Acesso, fintech que participa do Pix: “Por termos as licenças regulatórias, temos capacidade de atingir diversos segmentos” — Foto: Divulgação
 
Com o avanço de pautas regulatórias como open banking e pagamentos instantâneos, começa a ganhar força um novo modelo de negócio chamado banking as a service (BaaS). São plataformas que permitem companhias de diferentes setores construir suas soluções financeiras digitais. Em vez de desenvolver tudo dentro de casa, as empresas recorrem a esses provedores de infraestrutura que, além das tecnologias, têm as licenças regulatórias para a criação de contas digitais e estruturas de pagamentos, por exemplo.
 
É uma tendência global conhecida como “embedded finance”, que significa incorporar produtos financeiros para a base de clientes, numa clara estratégia de diversificação das linhas de receita, explica o especialista Bruno Diniz, sócio da consultoria Spiralem. No Brasil, o movimento é recente e se acelerou com a regulamentação do open banking e do Pix. “Nunca esteve tão fácil montar um banco ou carteira digital, porque as empresas de BaaS têm todo o aparato tecnológico e regulatório.”
 
O mercado de BaaS está aquecido e reúne nomes como Bankly, Banco Topázio, Conductor, Matera, Stark Bank, Zoop, entre outras. Criada em 2013, a Acesso começou como uma fintech de cartões pré-pagos e lançou no primeiro semestre deste ano o Bankly, plataforma que permite a qualquer empresa oferecer serviços bancários.
 
O negócio atende varejistas, fintechs, empresas de software, entre outros setores. “Por termos as licenças regulatórias, temos capacidade de atingir diversos segmentos”, explica Davi Holanda, CEO da Acesso. Hoje, a fintech atua como instituição de pagamentos (IP) e conta de liquidação, o que faz com que ela faça parte do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Também está dentro do Pix como participante direto.
 
Na plataforma, as empresas podem escolher entre as cerca de 40 APIs (sigla em inglês para interface de programação de aplicações) disponíveis. Há uma semana, a fintech lançou a API de boleto e vai colocar no ar a interface de pagamentos instantâneos em novembro, junto com o Pix. A meta é terminar o ano com 150 clientes.
 
A Zoop, fintech que desenvolve soluções financeiras white-label para empresas, ampliou sua atuação neste mês com o lançamento oficial da vertical de “banking”. Agora, além da integração de pagamentos, a startup oferece serviços bancários. “Funcionamos como uma AWS [Amazon Web Services] de serviços financeiros, com tudo na nuvem”, diz Fabiano Cruz, CEO da Zoop.
 
A nova vertical de banking nasce com 18 mil contas ativas dos mais de 600 clientes que a fintech atende. A expectativa é chegar a pelo menos 100 mil contas até o fim do ano, mas Cruz vê potencial para esse número ser duas vezes maior dada a velocidade de fechamento de novos contratos. Entre as empresas que usam os serviços da Zoop estão nomes como iFood e as startups Medicinae Solutions e Avec.
 
Por mês, o volume transacionado na plataforma é de R$ 2 bilhões. Hoje, a empresa atua como IP e tem parceria com bancos como Itaú e Voiter (ex- Indusval) para a operação de antecipação de recebíveis, com funding oriundo de FIDCs. “Começamos a avançar também no ‘crédito fumaça’ com alguns parceiros de negócio.”
 
Em operação desde o início do ano passado, o Stark Bank se posiciona como uma plataforma de banking para empresas “tech”. Entre os cerca de 350 clientes estão as startups Loft, Rappi, Rebel e Buser. Mas também empresas maiores como a Colgate, diz Rafael Stark, fundador e CEO do Stark Bank.
 
A fintech começou desenvolvendo API de transferência bancária e hoje tem uma interface para emissão de boletos e outra para pagamento de impostos, além de integração com alguns dos principais sistemas de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês). Até o fim do ano, vai lançar um cartão corporativo com programa de pontos e recompensas.
 
Com crescimento de 30% ao mês, a expectativa é fechar o ano com R$ 2 bilhões em volume transacionado. Em faturamento, o negócio cresce 30% ao mês, diz o empreendedor, sem abrir números.

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