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26/06/2020 - Moody’s: Serviço de pagamentos do Facebook pesa sobre lucratividade de bancos

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Por Valor Econômico | Talita Moreira

 

O serviço de pagamentos via WhatsApp anunciado nesta semana pelo Facebook vai pesar sobre a lucratividade dos bancos brasileiros, segundo a Moody’s.

Para a agência de classificação de riscos, a iniciativa é negativa para Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Safra, já que acirra a competição no mercado de pagamentos, embora esse segmento ainda seja dominado por credenciadoras ligadas aos grandes bancos. O novo serviço dispensa o uso de maquininhas para processar os pagamentos e deve ter impacto sobre a receita de adquirência das instituições financeiras.

A receita não decorrente de juros representou cerca de 35% da receita líquida total recorrente de BB, Bradesco, Itaú, Santander e Safra no primeiro trimestre.

De acordo com a Moody’s, as tarifas relacionadas a conta corrente e transações deram contribuição importante para a receita de prestação de serviços dos cinco bancos. No caso de Bradesco, Itaú e Santander, a receita de emissão de cartões e adquirência contribuiu com uma fatia de 26% a 31% da receita de prestação de serviços entre janeiro e março.

A agência destaca que a nova plataforma vai reduzir as receitas com transferências de dinheiro porque aumenta a concorrência entre os serviços de pagamentos instantâneos, inclusive o PIX, do Banco Central. “Esses competidores no setor de serviços de pagamentos vão erodir a lucratividade dos bancos, somando-se aos desafios que eles têm na economia enfraquecida pelo coronavírus”, diz a Moody’s no relatório.

Por outro lado, a agência destaca que a parceria com o Facebook vai permitir ao BB e à Sicredi reforçar os serviços de pagamentos instantâneos oferecidos por meio de celulares. Com isso, as duas instituições poderão aumentar sua base de clientes e atrair pequenos empreendedores, e esse volume aumentará a compensar a queda na receita de serviços.

Além de BB e Sicredi na condição de emissores, o acordo com o Facebook inclui o Nubank, a credenciadora Cielo e as bandeiras Visa e Mastercard. A Elo também deve aderir à parceria, que não prevê exclusividade com esses nomes.

Na visão da Moody’s, a iniciativa beneficia a Cielo, que processará um volume maior de pagamentos e receberá tarifas adicionais do MDR de cada transação. A agência também vê o sistema como um canal para a credenciadora atingir um número maior de microempreendedores e pequenos lojistas, nicho que tem sido um desafio para a empresa. BB e Bradesco, controladores da Cielo, vão se beneficiar indiretamente da valorização da companhia, segundo o relatório.

 

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