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18/06/2020 - Ações da Cielo (CIEL3): o Gigante Acordou com Facebook?

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Por The Capital Advisor | Marcelo Fayh

 

Ações CIEL3 disparam 14%, após a Cielo e o Facebook anunciarem parceria para viabilizar transações de pagamento por WhatsApp no país.

Será que a gigante dos pagamentos acordou na bolsa de valores? A fênix ressurgiu das cinzas?

O mercado só fala na tal parceria entre Cielo (CIEL3) e Facebook para disponibilizar pagamentos por WhatsApp.

Será que agora a CIEL3 vale a pena novamente?

“Segundo o Zuckerberg, fundador do Facebook, isso tornará o envio e recebimento de dinheiro tão fácil quanto enviar uma foto pelo aplicativo de mensagens.”

No mesmo post em que ele anuncia essa novidade, ele agradece os parceiros locais que tornaram isso possível, citando Banco do Brasil (BBAS3), Nubank, Sicredi e destaca a Cielo como a maior processadora de pagamentos do país.

Na prática, será possível usar os cartões de débito e crédito dessas empresas nas redes Visa e Mastercard, por meio da Cielo.

Esse fato traz à tona um valor que estava sendo questionado pelo mercado financeiro sobre a Cielo.

De alguns anos para cá, a empresa foi de “queridinha” dos investidores a “patinho feio” da bolsa de valores (B3).

Em seu passado glorioso (que não volta mais, pelo menos não igual) ela detinha uma fatia gigante de um mercado maravilhoso e protegido de novos concorrentes.

Quando as barreiras de entrada caíram, novos concorrentes surgiram ávidos por uma fatia num mercado crescente e de margens altíssimas.

Claro que o que os concorrentes tinham de diferencial era o preço, e isso fez com que as margens desse mercado diminuíssem drasticamente.

A Cielo era uma gigante levando pancada de todo lado, vendo suas margens caírem, sua participação no mercado diminuir e não tinha muito o que ela pudesse fazer a respeito.

O mercado financeiro, que sempre antecipa os acontecimentos da economia real, não ficou esperando seus fundamentos se deteriorarem para tomar uma atitude.

Os grandes players foram logo se desfazendo das suas ações. O que se viu foram indicadores de mercado, aqueles que levam em consideração o resultado passado em relação ao preço atual, ficarem incrivelmente atrativos.

Assim o indicador P/L (preço sobre lucro), que indica em quantos anos você teria o retorno sobre os seus investimentos sob a forma de lucro da empresa, mostrava uma empresa extremamente barata.

Os preços da ação, por viés de ancoragem (nossa memória), davam a mesma impressão. O Dividend Yield (dividendos dos últimos 12 meses divididos pela cotação atual) ficou altíssimo.

Para quem gosta de viver de dividendos parecia algo imperdível: uma empresa grande, com margens boas, barata e gerando um caminhão de renda!

Foi a armadilha perfeita para muito investidor inexperiente se atirar comprando suas ações e depois ficar torcendo nos fóruns, internet afora. Para esses, a lição aprendida foi: o que interesse é o que está por vir, e não o que a empresa já gerou de resultado.

Enfim, nesse contexto parecia que a Cielo nada mais tinha de interessante e havia aquela sensação de “o último que sair, apaga a luz”. Só que com essa novidade da Cielo e Facebook, ela tinha algo que nenhuma outra tinha e que, neste específico caso, é valiosíssimo.

Imagine que você é o Facebook e desenvolve uma funcionalidade que vai finalmente monetizar o seu aplicativo presente nos celulares do mundo todo. “Para isso, o Facebook escolheu o Brasil para começar a testar com a Cielo a funcionalidade de pagamentos via WhatsApp”.

Você não é um expert no país e precisa selecionar seus parceiros para dar início ao seu audacioso projeto. Precisa de emissores de cartão e uma processadora de cartões. Não esqueça que você está presente em quase 100% dos celulares do país.

Você buscaria uma startup super moderninha para ser o seu parceiro em um projeto tão importante assim?

Eu não. Eu buscaria justamente as maiores dos seus segmentos. Banco do Brasil é escolha óbvia. Cielo é a mais óbvia delas. Eu buscaria a empresa com mais tempo de mercado, alguém que está acostumada a ser grande (que é bem diferente de ambicionar ser grande).

Enfim, para mim a escolha por ela é bastante óbvia. Esse movimento resgatou um valor da empresa que os investidores já não vislumbravam (eu entre eles), que é a sua tradição, porte e domínio do segmento. Se isso vai fazê-la se tornar uma boa alternativa para se investir?

CIEL3 Vale a Pena?

Eu não me sinto seguro de pagar para ver. Na minha carteira Seleção de Dividendos ficaremos acompanhando de fora. No momento que essa parceria se refletir em fundamentos, aceito pagar um pouco mais caro para ter a Cielo novamente como uma incrível geradora de renda.

Por ora ficarei na torcida para empresa fazer bons negócios, minha sugestão é você assistir ao meu último vídeo onde seleciono 10 ações para você ter na sua carteira de dividendos.

 

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